Saiba como é feito o reaproveitamento dos plásticos automotivos

Saiba como é feito o reaproveitamento dos plásticos automotivos

Saiba como é feito o reaproveitamento dos plásticos automotivos
Publicado há 2 meses
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Ao fim de sua vida útil, os plásticos têm tecnicamente um vasto leque de opções para a sua reciclagem, porém na prática estas soluções em nível industrial são bem mais limitadas e complexas.

A mais simples forma de reciclagem é a reutilização dos componentes, às vezes necessitando de reparos para manter suas propriedades a fim de exercer as mesmas funções de forma satisfatória. Essa é sem dúvida a mais ecológica das opções, no entanto limitada por um numero de vezes de reuso no qual o material mantém suas características, e por uma evolução tecnológica e estética natural na indústria automobilística que tornam esses componentes obsoletos.

Para a reciclagem dos materiais propriamente dita, é necessária a prévia separação dos diferentes plásticos que compõe as várias peças a base de polímeros de um carro. Porém apenas em alguns casos, os componentes são feitos de um único e puro plástico(sem pinturas, resinas, óleos...), e apenas nesses casos o componente pode ser reciclado diretamente sem risco de perder as propriedades que possuía antes do processo. Como esses componentes são minoria, é preciso recorrer aos processos de separação por tratamento químico além da separação física que pode ser feita mecânica ou manualmente.

A escolha da forma de separação também depende dos processos e técnicas utilizados na montagem do automóvel, que condicionará assim o tempo de desmontagem, que será mais caro quanto mais longo tornando a reciclagem menos competitiva em termos econômicos.

A separação manual é mais eficaz no que diz respeito a purificação do material. Logo, é a mais indicada em casos onde há presença de sujeira, óleos e outros fluidos, ou seja, contaminantes; e também quando há diferentes plásticos em pequenos volumes e não compatíveis para serem reciclados em conjunto.

A separação mecânica é eficaz quando existem diferenças significativas entre valores de certas propriedades que permitam uma separação rápida e apurada. Nos plásticos a única tecnologia existente é a separação através da densidade. Após serem triturados, os dejetos plásticos são imersos em um fluido onde os menos densos bóiam e os mais densos afundam. Nesses casos são empregados com sucesso os mesmos métodos utilizados para separação de metais, como a flotação por exemplo.

Existem vários métodos de reciclagem e rotas tecnológicas disponíveis e em desenvolvimento, cabe às empresas produtoras de material e recicladoras a escolha do melhor ou mais indicados de acordo com: os seus objetivos, a legislação vigente, a tecnologia disponível e a viabilidade econômica.

A reciclagem mecânica se aplica tanto para plásticos misturados como para um único tipo. Aproveitando o lixo pós-industrial ou o pós-consumo, transformando os plásticos em grânulos para serem utilizados como matéria prima secundária na produção de novos plásticos direcionados a itens de menor qualidade como: sacos de lixo, embalagens não alimentícias, mangueiras... e diversos acessórios de automóveis.

A reciclagem química reprocessa os plásticos as suas formas mais básicas, monômeros, permitindo o retorno desses às refinarias e centrais petroquímicas para a produção de novos produtos. As principais vantagens desse processo são a reciclagem de misturas de plásticos e compósitos que podem assim retornar ao ciclo produtivo como matéria prima secundária com qualidade suficiente para fornecer produtos de alto padrão. Apesar de parecer simples, esse tratamento é extremamente complexo e demanda muita energia e reagentes químicos, comprometendo a eficiência da reciclagem em relação às vantagens que pode trazer à preservação ambiental.

A reciclagem energética geralmente é a última das opções, mas em muitos casos a única recomendada. Os plásticos são usados como combustível para a obtenção de energia elétrica, recuperando assim parte da energia contida nesses materiais. Representando essa energia muitas vezes um significativo percentual da consumida pela fábrica. Em contrapartida, esse processo emite poluentes na atmosfera, o que requer um planejamento do tratamento desses resíduos.


FONTE: O DESAFIO DA RECICLAGEM DE PLÁSTICOS AUTOMOTIVOS

 Autor Diego Cunha Malagueta Bolsista de Inic. Científica, Eng.Mecânica , UFRJ

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